Ordem nos media
Processo de Bolonha em debate em Oliveira Hospital
22 November 2006
Eu não estou nada preocupado com o desemprego dos professores, mas sim com o desemprego dos alunos

O presidente da Associação Nacional dos Engenheiros defendeu numa palestra promovida pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH) sobre o processo de Bolonha - que "ser engenheiro é participar, é aprender matemática, mas fundamentalmente é aprender a raciocinar". "Eu não estou nada preocupado com o desemprego dos professores, mas sim com o desemprego dos alunos", referiu Augusto Guedes, sobre a possibilidade de poder vir a existir um excedente de professores universitários aquando da redução dos cursos superiores de cinco anos para três anos. O auditório da Casa da Cultura César de Oliveira encheu-se de estudantes para assistirem a um palestra intitulada "Declaração de Bolonha - Oportunidades e Desafios". O colóquio contou com a presença do presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), Torres Farinha, que encara o processo de Bolonha como "uma mudança de paradigma", ou seja, "é uma alteração de um processo, que é para ser feita em torno do aluno, e aí é que está a grande mudança". "Ir para o mercado de trabalho dizer que se é engenheiro vai acabar a curto prazo, vocês vão dizer quais são as competências que têm ao empregador", referiu Torres Farinha, para uma plateia de estudantes universitários. "O processo de Bolonha é aquilo que nós conseguimos fazer dele" frisou, por sua vez, Luís Soares, presidente do Instituto Politécnico do Porto, salientando que "o desafio de Bolonha é que cada um assume o seu papel". "O vosso mercado não é a vossa cidade, nem o vosso país, é o mundo", realçou este professor, sublinhando ainda que, "ser um profissional implica ter conhecimentos sólidos dentro da respectiva área, mas implica outras competências: saber ler, escrever, pensar e reflectir". Esta palestra contou também com a presença do presidente da direcção da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, António Azevedo, o qual classificou o processo de Bolonha como "um passaporte Europeu", e como um "compromisso tripartido entre o jovem, a instituição e a sociedade que vai receber os jovens". Após as várias intervenções, decorreu um espaço de debate entre a plateia e os convidados.