Comunicados
«Se falasse não teria capacidade para expressar o que estou a sentir»
27 May 2009
5.ª edição do Prémio Professor Rogério Fernandes Ferreira

 

          

          Palma dos Reis (ISEG), José Pereirinha (ISEG), Domingues de Azevedo (CTOC), Augusto Felícío (CEGE)
          Rogério Fernandes Ferreira, Gonçalves Monteiro (OROC) e António Mendonça (ISEG)


Realizou-se, no dia 20 de Maio, no auditório «Caixa Geral de Depósitos» do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, a sessão pública de entrega da 5.ª edição do Prémio Rogério Fernandes Ferreira.
António Mendonça, presidente do conselho directivo do ISEG, considerou esta iniciativa «um acto muito importante», tendo destacado o «papel dinamizador» protagonizado pelo Centro de Estudos de Gestão (CEGE). O responsável da instituição de ensino superior destacou «a qualidade dos trabalhos a concurso» que, de ano para ano, tem vindo a melhorar. Mendonça deixou uma «palavra de estímulo» a todos os que concorreram e elogiou «a cooperação notável entre academia e as instituições que têm a seu cargo a regulação profissional», nomeadamente a CTOC e a OROC.
Por seu turno, Palma dos Reis, director do departamento de Gestão do ISEG, realçou a «excelência da iniciativa» e o seu «impacto no meio académico e na sociedade em geral». «Os artigos a concurso foram muito bons, por isso, estou certo que os próximos serão ainda melhores».

Gestão e fiscalidade ao serviço do ser humano

Este ano, coube à CTOC, na pessoa do seu presidente, a intervenção de fundo. Domingues de Azevedo, presidente da Câmara, iniciou a sua declaração por ressalvar que a instituição que dirige não se associou a este evento «por acaso», mas sim por questões de «princípio», assente nos valores da coragem e da dedicação, que nortearam a vida profissional do homenageado.
«Sejamos capazes de perpetuar as opções de vida e a capacidade de transmitir às gerações futuras o legado do professor Rogério Fernandes Ferreira, assente no saber profundo e estruturado. Os homens passam, os seus actos ficam», disse. Domingues de Azevedo acrescentou que deve existir a preocupação central de que «a gestão e a fiscalidade estejam ao serviço do ser humano. É tendo em consideração estes valores que esperamos que este prémio seja um incentivo para que surjam outros académicos com a dimensão do professor. Com este acto, não estamos apenas a celebrar o passado, mas a criar as bases para um futuro melhor».
O presidente da CTOC lançou a ponte entre o passado e o presente da profissão, perspectivando o que pode ser o futuro próximo da instituição:  «Portugal é hoje um exemplo na Europa em termos de estrutura profissional implementada. O êxito na desmaterialização das declarações fiscais é disso prova. A proposta de passagem a Ordem está na Assembleia da República com todo o mérito. Não duvidem que o longo caminho de dignificação e credibilização da Contabilidade no nosso país tem  tido como fonte de inspiração a obra de Rogério Fernandes Ferreira».

Em nome do pai

A cerimónia foi aproveitada para o lançamento do livro «Prémio Professor Rogério Fernandes Ferreira», uma edição da CTOC. Augusto Felício, presidente do CEGE e autor do prefácio, destacou a atribuição do primeiro prémio ex-aequo e de cinco menções honrosas,  bem como a diversa proveniência dos trabalhos recebidos, «de norte a sul do país». «Trata-se de um livro eclético, composto por oito trabalhos sobre temas diversos», afirmou Augusto Felício.
Os momentos de maior emoção ficaram reservados para os minutos finais da cerimónia. Impossibilitado de falar por motivos de saúde, Rogério Fernandes Ferreira delegou na sua filha, Leonor, a leitura de passagens de alguns dos seus textos. Foram vários os artigos, alguns deles publicados na revista TOC, em que o professor catedrático reflecte sobre a sociedade, a normalização contabilística e o papel dos Técnico Oficiais de Contas nas organizações à luz da globalização. «Ideias inovadoras e revolucionárias, com uma visão de longo prazo», foi desta forma que Leonor Fernandes Ferreira sintetizou a marca deixada pelos artigos do homenageado. Em jeito de conclusão, agradeceu aos presentes e às entidades organizadoras, definindo-o como «uma prova de amizade e incentivo». «Se falasse não teria capacidade para expressar o que estou a sentir», disse, Leonor, em nome do pai. A sala irrompeu numa calorosa salva de palmas.