A Administração Fiscal está desmotivada e desorientada. Os serviços apenas «perseguem os cumpridores» e deixam de fora os prevaricadores. A falta de estratégia patente no Fisco foi veementemente criticada pelo presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC), Domingues de Azevedo, na inauguração da representação da organização em Castelo Branco.
O responsável da CTOC referiu-se à fraude e evasão fiscais como um flagelo sem fim à vista, porque a Administração Tributária actual «está moribunda, apesar de possuir pessoal qualificado, mas que não anda no terreno». Referiu que, por não haver uma estratégia delineada no combate à fraude, existem empresas que «há dez anos não entregam declarações» sem que ninguém lhes peça «satisfações».
O actual momento é «grave» porque não se punem os incumpridores. Pelo contrário, «penaliza-se os que cumprem». \"A Direcção-Geral dos Impostos, organização fundamental no combate à fraude e evasão é hoje uma imagem pálida da organização que foi no passado», sublinhou Domingues de Azevedo. A sua «descoordenação» justifica-se, entre outras situações, porque a nomeação dos seus responsáveis é «feita com base em amizades, sem que tenham o mínimo conhecimento, nem sensibilidade para lidar com melindrosas questões».