Ordem nos media
Um sonho de Natal
19 December 2003
«Gostaria que a classe política se unisse num projecto nacional» - Opinião de Armando P. Marques, Vice-Presidente da CTOC
Precisamente há um ano, nestas mesmas páginas, fiz votos para que no Natal de 2003 pudéssemos estar mais optimistas, sinal que os tempos tinham mudado e que o País caminhava no rumo certo, mais disciplinado e menos gastador. Sendo positivo por natureza, obviamente que mantenho essa aposta para 2004, mas reconheço que dificilmente, neste final de ano, o cidadão comum continue a viver tempos de optimismo... Vejamos: no campo económico as empresas vivem momentos de amargura, arrastando consigo fornecedores e trabalhadores, nos quais se encontram incluídos muitos TOC, quer prestando serviços em regime de trabalho independente ou fazendo parte de empresas de profissionais. Se analisarmos o campo social, temos de reconhecer que os factos acima descritos têm um enorme impacto nas famílias, porquanto qualquer cidadão necessita de um mínimo de subsistência financeira e, como diz o povo, ¿casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão¿, logo, falta de dinheiro é sinónimo de mal estar social. Em termos profissionais e analisando a função do TOC, dúvidas não restam que esta profissão sente na pele o país legislativo que temos. O TOC é diariamente confrontado com alterações legislativas, muitas das vezes mal enquadradas, leis incompletas e tardias que obrigam a posteriores instruções avulsas que o cidadão desconhece, prazos impossíveis de cumprir, ratoeiras nas leis como que pretendendo ¿apanhar nas malhas¿ o contribuinte para que pague impostos menos transparentes, enfim, vida de TOC é vida de... é isso mesmo. Mesmo desempenhando funções de natureza pública nesta ¿selva¿ superiormente reconhecida, o TOC tem demonstrado um papel relevante no cumprimento rigoroso das obrigações fiscais dos seus clientes e/ou entidade patronal, na formação dos empresários e colaboradores onde, reconheçamos, nem sempre é fácil operar mudanças de mentalidades. Substituiu-se a CTOC ao Estado no ministrar de formação a nível nacional de modo a contribuir para um entendimento mínimo das leis, pois só com um conhecimento atempado poderá o contribuinte cumprir com as obrigações a que está sujeito. Os TOC carecem de formação permanente, pois cada vez mais a qualidade é um imperativo na vida profissional e o exercício das funções não se compadece com desculpas de desconhecimento das leis e normas em vigor para o bom desempenho da profissão. No findar de mais um ano queria expressar o meu apreço pela nossa família TOC, fazendo votos para que consigamos sempre dar mais e melhor, cumprir escrupulosamente com as normas estatutárias e deontológicas e que 2004 seja um Bom Ano, onde os sucessos profissionais e empresarias regressem de bom humor para nos proporcionarem aquele optimismo que por momentos (?) se esbateu em 2003. Para os empresários em geral, uma aposta forte no acreditar das suas capacidades, leia-se colaboradores, pois todos imbuídos do melhor de nós próprios, conseguiremos um 2004 melhor e mais compensador. Se me é permitido sonhar neste Natal, gostaria que a classe política se unisse num projecto nacional, de modo a propiciar a todos os portugueses uma vida melhor e menos burocrática, esquecendo que não é com politiquices domésticas que se resolvem os problemas nacionais, mas sim com entendimentos estruturais e de médio prazo. Fica aqui, então, o meu sonho!