Ordem nos media
Ferreira Leite substitui director-geral de Impostos
30 April 2004
Domingues Azevedo considera que medida apenas «peca por tardia»
O director-geral de Impostos, Armindo Sousa Ribeiro foi ontem substituído por Paulo Macedo, um quadro do BCP e da Médis, depois de a ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, ter aceite o seu pedido de demissão. Com Armindo Ribeiro saem dois dos sete subdirectores-gerais da administração fiscal, António Esteves Gil e António de Sousa Menezes, que abandona a chefia da inspecção tributária. Armindo Sousa Ribeiro invocou «razões de natureza pessoal» para abandonar a direcção da máquina dos impostos e os dois subdirectores alegaram que tinham assumido aquelas funções a convite do director-geral cessante. Mas já desde algum tempo eram conhecidas alguns «choques» entre o agora ex-director e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Vasco Valdez. A demissão de Sousa Ribeiro pode colocar um ponto final na sua «grande reforma da instituição», constituída pela integração das tesourarias de Finanças nas Repartições, eliminando o princípio de quem cobra o imposto - as tesourarias - não procede a liquidações. Uma «reforma» contestada pelos funcionários da máquina fiscal e mesmo por alguns sectores da maioria que apoia o Executivo. Durão Barroso anunciou 2003 como o «ano da informatização total dos serviços e do combate à fraude», mas a verdade é que a máquina fiscal tarda em olear. E muitos serviços queixam-se de falta de formação quando a «legislação fiscal muda quase diariamente». Ontem, em reacção à demissão de Sousa Ribeiro, o presidente da Câmara dos Técnicos de Contas considerou que a saída «só peca por tardia». O director-geral «não compreendeu as peculiaridades e a dimensão da instituição», considerou Domingues Azevedo, confiante que o trabalho do novo director-geral será melhor, «pois pior é impossível».