Ordem nos media
Clubes «rodam» jogadores para pagarem menos impostos
1 October 2004
Evasão fiscal
Entre compras e vendas internacionais, o mercado português de jogadores de futebol fez mais de 120 milhões de euros em 2004 (ver caixa). Todos os anos, clubes de futebol, investidores agrupados em fundos de investimento e mesmo fundos de pensões empatam milhões de euros no negócio futebol. Mas o segredo da jogada, potenciando os lucros (as mais-valias), está na chamada «optimização fiscal». O circuito do negócio é, aparentemente, simples. O clube compra um ou mais jogadores, numa operação de apoio financeiro em que intervém um fundo de investimento, especializado no negócio (até os fundos de pensões, a nível europeu, começam a entrar no negócio). Em síntese, a SAD da equipa de futebol compromete-se a «rodar» o activo (jogador) nos seus relvados em busca de uma soberba valorização. No final da época, com o acordo da SAD dos clubes - os únicas entidades com direitos desportivos sobre os respectivos passes dos jogadores -, os empresários vendem o «activo» para outras equipas. O objectivo é, através da «passagem» por outros países fiscalmente menos penalizadores ou do reinvestimento dos ganhos, transformar as mais-valias obtidas (sujeitas a um imposto mais elevado) em simples dividendos ou juros, menos onerados pelo fisco.