A Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas é uma das mais jovens associações públicas de regulação profissional existentes no país. Após a sua criação, através do DL n.º 265/95, de 17 de Outubro, cuja eficácia apenas se verificou com a tomada de posse da comissão instaladora, que ocorreu em 15 de Julho de 1996, foram reconhecidas de interesse público mais duas profissões: a dos Enfermeiros e Economistas.
No decurso dos oito anos de existência da Câmara, procuramos introduzir um novo conceito do papel a desempenhar pelas associações de regulação profissional o qual, vai muito para além do tradicional desempenho destas instituições.
Na verdade uma associação pública de regulação profissional, embora de inscrição obrigatória não pode, nem deve, limitar a sua acção de regulação profissional, entendida esta no desempenho burocrático da verificação das normas que dão acesso à profissão e no exercício do poder disciplinar.
O seu papel, para além do cumprimento daquelas formalidades, passa por se constituir como uma presença permanente junto dos profissionais, procurando perante estes e com estes encontrar as soluções para os diversos e complexos problemas que o exercício das profissões publicizadas acarreta.
Os seus dirigentes, fisicamente ou através das acções que desenvolvem têm que descer da sua tradicional cátedra e procurar através do diálogo ou das mais diversas fórmulas, não só auscultar os problemas dos profissionais, mas, sobretudo, encontrar na imaginação e arte as soluções para os complexos problemas que nos nossos dias afectam os profissionais.
Na verdade a Câmara tem procurado equacionar esses problemas da forma que lhe tem parecido a mais adequada. Tem encontrado as soluções que, em nosso entender, melhor respondem aos problemas detectados.
Não desenvolvemos tipos ou conceitos narcisistas, nem se veja no nosso trabalho uma tentativa de autopromoção, mas apenas de diferenciação da maneira de ser e de estar perante um problema complexo que é tentar definir qual é a função dos organismos públicos de regulação profissional.
Pela nossa parte, conforme já afirmamos, procuramos criar e viver um novo conceito e uma nova maneira de estar.
Temos procurado materializar aqueles conceitos através de uma maior aproximação aos profissionais que se encontram inscritos na Câmara e com eles tentar descobrir as suas necessidades e encontrar as soluções que se revelem mais adequadas.
Temos realizado esse trabalho através de uma série de acções, as quais têm versado variadas temáticas, que vão desde ajudas directas aos membros, no sentido de propiciar ferramentas, actividades ou acções, que lhes possibilitem um melhor e mais esclarecido desempenho profissional, o que se verifica com o CD-ROM mensal da Câmara e outras que em termos de oportunidade a Câmara tem gratuitamente distribuído aos seus membros, até à definição e implementação de novos conceitos quer relacionados com a inscrição na instituição, como é o caso das novas regras para a inscrição na Câmara, quer relacionados directamente com o desempenha das funções profissionais dos membros da instituição, como é o caso do Regulamento do Controle de Qualidade.
Não se julgue que percorrer este caminho tem sido matéria fácil, existiram e existem diversas resistências, umas endógenas, outras exógenas à nossa profissão que tudo têm feito para tentarem entravar a implementação de esta nova maneira de ser e de estar no Associativismo Público.
Não são essas contrariedades que nos demoverão do cumprimento daquilo em que acreditamos, mas antes pelo contrário, muitas vezes, é a elas que vamos beber a motivação para seguirmos com mais força na execução do projecto em que acreditamos.
A recente passagem da dupla Ferreira Leite/Vasco Valdez pelo Ministério das Finanças, que ignoraram por completo os profissionais, chegando-se por vezes ao cúmulo de lhes mentirem, é bem o exemplo do que acabamos de referir.
Diz o nosso povo na sua sabedoria secular, «as pessoas passam e as instituições ficam» e que os actos ficam com quem os pratica. Como que a confirmar aquelas palavras, as ditas personagens foram e a Câmara ficou, e ficará para realizar a sua importante missão junto dos profissionais e da sociedade em geral, até que seja reconhecido à profissão o mérito a que tem direito.
Sempre que consultada e por vezes da sua própria iniciativa, a Câmara tem manifestado, de uma forma que tem procurado ordeira, a sua opinião sobre as diversas questões que de uma forma directa ou indirecta, interferem com o exercício da profissão ou abordam temáticas inerentes ao seu exercício.
Não nos cansaremos de dizer aquilo que julgamos ser o melhor para os profissionais e para a economia em geral, sempre que as temáticas interajam com o exercício da profissão. Muitas vezes, essa frontalidade, nem sempre é compreendida por alguns responsáveis, sendo motivo para justificar até, algumas medidas de perseguição pessoal.
Aos profissionais queremos dizer que sabemos qual é o nosso caminho, que sabemos qual é a meta que queremos atingir, que nunca regatearemos esforços para cumprirmos a nossa missão e realizarmos aquilo que julgarmos estar certo.
É com eles que contamos, com a força da sua união, com a sua determinação, porque temos a consciência de que se formos capazes de nos unimos em torno da nossa profissão seremos capazes de vencer todas as adversidades que o dia a dia nos possa colocar.