Ordem nos media
Posse do gabinete de estudos da CTOC
9 March 2005
Daniel Bessa diz que o próximo ministro das Finanças é «um dos melhores» profissionais da sua área
Daniel Bessa disse hoje que o próximo ministro das Finanças é «um dos melhores» profissionais da sua área e admitiu que quando não se consegue fazer contenção de gastos «tem de se ir pelo aumento da carga fiscal», apesar de não ser «muito agradável». As declarações de Daniel Bessa foram feitas depois da cerimónia de tomada de posse como presidente do gabinete de estudos da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC). «Qualquer profissional desta área, e o professor Campos e Cunha é um dos melhores, sabe bem que ou vai pela despesa ou pela receita», disse Daniel Bessa, comentando as recentes declarações do novo ministro das Finanças, quando admitiu a possibilidade de ter de recorrer a um aumento de impostos para conseguir consolidar as finanças públicas. Mais tarde, em declarações ao Jornal de Negócios, Luís Campos e Cunha viu-se na necessidade de esclarecer que a consolidação orçamental irá ser feita «acima de tudo» pela via da despesa. O próximo ministro, que tomará posse no sábado, afirmou estar «muito surpreendido com o facto de alguns comentadores terem posto tanto ênfase no cenário de subida de impostos». Bessa defende aumento da idade de reforma O ex-ministro da Economia do primeiro Governo de António Guterres disse ainda que uma eventual subida de impostos seria um «último recurso» e «não é fundamental neste momento». Além disso, o ex-ministro, que foi também responsável pela apresentação do PRASD (Programa de Recuperação de áreas e Sectores Deprimidos durante o Governo de Durão Barroso), identificou três áreas onde tem de haver contenção na despesa. A saber: Segurança Social, Saúde e Administração Pública. A Segurança Social é uma área «muito crítica» onde têm de ser feitos «certos de regime», na «idade de reforma» e «no cálculo das pensões». Isto porque, a esperança média de vida está a aumentar, sublinhou. Na Saúde, o economista considera que «talvez se pudessem moderar esse consumos». Além disso, na despesa pública têm de ser feitas poupanças nas remunerações e no sistema de avaliação dos funcionários públicos. «Se se conseguissem atacar estas áreas não é preciso aumentar impostos», rematou. A ter de aumentar, a forma «mais exequível», apesar de não ser a forma «mais justa», é através do IVA.