Comunicados
Debate público na sede da CTOC, em Lisboa
10 January 2007
Um novo profissional nasce com Bolonha


            O impacte de Bolonha no perfil do TOC do futuro foi o fio condutor do debate público. Lúcia Lima Rodrigues,  

                                      Domingues de Azevedo e Ezequiel Fernandes, foram os oradores da sessão

 

Abrangência, polivalência, mobilidade de aquisição de competências e complementaridade. Assim, em traços gerais, se podem definir as principais ilações retiradas do debate público que a CTOC promoveu entre 12 e 20 de Janeiro sobre as consequências do Processo de Bolonha nos requisitos académicos de inscrição na Câmara. As sessões, que decorreram em Vila Real, Braga, Porto, Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Lisboa e Faro, foram muito participadas e contaram com a presença de estudantes, docentes universitários e Técnicos Oficiais de Contas.
No debate que teve lugar na sede da CTOC, em Lisboa, enchendo por completo o auditório com capacidade para uma centena de pessoas, Domingues de Azevedo referiu que «com Bolonha vai nascer um profissional completamente diferente daquele que conhecemos», modificando «hábitos» e melhorando a preparação dos futuros TOC. O presidente da direcção da CTOC acrescentou que a profissão de TOC «está em renovação», mas não pode perder de vista «padrões de exigência competitivos, que só se atingem com formação gradual, de forma a credibilizar a actividade». Domingues de Azevedo reconheceu as responsabilidades da instituição que dirige na adopção deste processo, tendo lembrado que todos os anos se inscrevem 5 mil novos TOC, não se furtando a abordar as dificuldades e os desafios emergentes: «Pode parecer uma heresia, mas não é possível desprezar a Fiscalidade na formação dos TOC. Quem não souber Fiscalidade, não sabe Contabilidade. Uma dúvida que nos assalta é a seguinte: vai ou não o Estado pagar o mestrado aos alunos?». Lúcia Lima Rodrigues, presidente da Comissão Eventual para Acompanhamento do Processo de Bolonha designada pela CTOC, apresentou a proposta, que pode ser sujeita a alterações, com as exigências mínimas para a inscrição dos profissionais depois da implementação de Bolonha. A licenciatura enquanto grau académico mínimo para o exercício da actividade é a exigência mais relevante, devendo o candidato ter competências em seis áreas nucleares: Contabilidade e Relato Financeiro, Contabilidade Analítica e de Gestão, Direito Fiscal e Fiscalidade, Finanças, Direito das Empresas e Ética; para além de existir a necessidade de acumular um mínimo de 40 créditos de quatro das seguintes áreas complementares: Auditoria, Organização e Gestão de Empresas, Economia, Matemática, Tecnologias e Sistemas de Informação e Inglês para Negócios. Lúcia Lima Rodrigues manifestou ser «contrária a toda a formação que não tiver avaliação», defendendo que «profissionais dignos e credíveis só com formação acompanhada e avaliada». A docente da Universidade do Minho ressalvou que «hoje em dia, aprende-se até morrer», para além de o profissional português, no contexto actual, «necessitar de ter experiência igual ou superior à dos seus congéneres europeus».
Por seu turno, o presidente Comissão de Inscrição da CTOC, sublinhou que, de futuro, as disciplinas relacionadas com a Ética e a Deontologia devem ser encaradas com outros olhos. Ezequiel Fernandes realçou ainda que o Processo vai trazer «responsabilidades acrescidas para os futuros profissionais», mas mostrou-se apreensivo com o facto de «a velocidade de adaptação» ao já chamado «euro do ensino» ser distinta de escola para escola».

 

Proposta da Comissão Eventual para o Acompanhamento do Processo de Bolonha

Apresentação exibida durante os debates

 

Notícias relacionadas

Bolonha «melhora» preparação dos Técnicos Oficiais de Contas

CTOC debate acesso à profissão

Mestrado obrigatório para ser Técnico Oficial de Contas

Proccesso de Bolonha discute-se em Faro

Implicações de Bolonha no acesso à profissão de TOC

 

Imagens

 

 O debate das implicações do Processo de Bolonha nas condições de inscrição na CTOC juntou cerca de 

                                         uma centena de pessoas no auditório da Câmara, em Lisboa

 

                                         Foi grande a participação no debate de Bolonha em Lisboa.

                           O espaço dedicado a perguntas e respostas prolongou-se por mais de uma hora.

 

                                               «Vai ou não o Estado pagar o mestrado aos alunos?»,

                                          foi uma das interrogações deixadas pelo presidente da CTOC