Opinião
Ordem nos media
Caminho claro e frontal
20 Maio 2004
Opinião de Domingues Azevedo
No próximo dia 15 de Julho, a Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC), pelo menos no domínio da eficácia da lei, completa oito anos de existência. Neste percurso desta jovem instituição, passamos já por algumas provações, às quais resistimos e nos obrigaram a definir com muita precisão o rumo que queríamos percorrer. Sem qualquer vaidade, a não ser a intrínseca satisfação do dever cumprido, tenho consciência de que, para o bem e para o mal, o percurso percorrido, tem uma dose significativa do que é o meu pensamento sobre o que deve ser uma instituição com as características da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas. Sector de uma importância capital na economia de qualquer sociedade, a nossa dimensão e a nossa vitalidade não têm passado despercebidos à sociedade em que nos inserimos, criando, naturalmente, alguns apetites ou tentativas de domínio. 

Provavelmente, nem sempre da melhor forma. Na condução dos problemas com que somos confrontados, temos demonstrado clareza nas nossas posições, uma indiscutível segurança quanto aos objectivos a atingir e uma frontalidade que, dentro do respeito que é devido aos intervenientes, temos tentado demonstrar o que, em nosso entender, está mal. Temos assumido a dinâmica de alguns processos, como foi o caso da desmaterialização das declarações fiscais, a qual sem o concurso da instituição e dos profissionais, nunca atingiria o grande sucesso que hoje é, no relacionamento entre os contribuintes e a Administração Fiscal, no qual não corro qualquer risco em afirmar que Portugal é pioneiro na Europa. Temos uma política para a nossa instituição e, por diversas vezes, temos demonstrado que não praticamos uma política partidária. 

A única coisa que nos tem mobilizado é a necessidade de fazermos mais e melhor, no sentido de melhorarmos não só a confiança, mas também a segurança e o relacionamento entre a Administração Fiscal e os profissionais. Infelizmente, nem sempre os nossos interlocutores para a persecução daquele objectivo têm compreendido o nosso esforço e, não raras vezes, respondem com o silêncio, só porque se pensa de forma diferente ou se tem a coragem de denunciar situações que todos reconhecem que estão mal e ninguém faz o que quer que seja para as modificar. Não obstante as contrariedades descritas, quem conhece o percurso da CTOC, sabe que é a elas que, na maioria das vezes, vai buscar a força necessária para continuar a lutar, na certeza de que os actos não são bons nem maus, os homens é que os deformam. Não nos falte nunca as forças porque a vontade, essa, é de aço temperado ao longo de muitas dificuldades e adversidades e por isso não verga nem parte, segue em frente o seu destino.