«Lembro-me, como se fosse hoje. Enquanto dirigente da ATOC, a associação que foi o embrião da atual Ordem, passei sucessivas reuniões a procurar sensibilizar os responsáveis da então Direção Geral das Contribuições e Impostos para a bondade e as mais valias da desmaterialização das declarações fiscais. A tarefa foi tudo menos fácil. Olhavam-nos com um misto de incredulidade e troça. Após muitas resistências o processo, finalmente, avançou, graças à perseverança de alguns "carolas” e à inesgotável capacidade de empenho de uma classe profissional, a dos técnicos oficiais de contas. Aliás, os portugueses são um povo com muitos defeitos, nomeadamente a falta crença nas suas potencialidades, mas com um talento incrível, sendo responsáveis por tantas e tão desconhecidas soluções inovadoras e visionárias, como é exemplo a Via Verde»