Ordem nos media
Escolas dão TOC de qualidade
11 Fevereiro 2005
Entrevista a Domingues de Azevedo, Presidente da Direcção da CTOC
Domingues de Azevedo acaba de ser reconduzido como presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas. Em declarações à RVJ - Editores, aquele responsável lembra que os novos desafios da CTOC passam por melhorar a acção social dos seus membros, com a constituição de um fundo complementar de reformas. Domingues de Azevedo fala também do trabalho desenvolvido junto das escolas superiores no sentido de serem criadas condições de acesso à Câmara. O presidente da Câmara recorda ainda o trabalho desenvolvido para a melhoria do trabalho prestado pelos seus membros e anuncia a constituição de duas equipas de avaliação e aconselhamento que percorrerão todo o país, em visita aos seus associados. Mas as novidades não se ficam por aqui e Domingues de Azevedo anuncia também a compra de uma nova sede social. A entrevista que se impunha aqui fica, ao presidente de uma das entidades com mais associados a nível nacional - mais de 75 mil - dos quais mil e 200 pertencem ao Distrito. No último mandato a CTOC deu passos importantes no que respeita à admissão de novos membros... É verdade. Há 10 anos quem é que falaria que um técnico oficial de contas tinha que obrigatoriamente ter um estágio ou preocupar-se com ética e deontologia. Hoje, além dos cursos superiores reconhecidos, a CTOC exige um estágio profissional, ou que as escolas tenham uma disciplina de simulação empresarial. Além disso é também exigida uma disciplina de ética e deontologia, ou um exame, na CTOC, nessa área. A partir de 2005 todos os candidatos à CTOC serão sujeitos a um exame de admissão profissional. Várias escolas superiores estabeleceram protocolos com a CTOC. Como é que a Câmara avalia esse trabalho? Ao longo dos últimos anos foi feito um grande trabalho com escolas como as dos Politécnicos de Castelo Branco ou de Portalegre, no sentido de ouvirmos os alunos, os docentes e os profissionais, de forma a implementarmos as alterações realizadas de uma forma pacífica. Nessa perspectiva estabelecemos alguns protocolos, como com a escola de Idanha-a-Nova para a dispensa de estágios, dado que desenvolveu o projecto de simulação empresarial, o qual permite aos jovens ali diplomados a sua inscrição na Câmara. Acaba de ser eleito para mais um mandanto à frente da CTOC, dada a actual conjuntura do país, quais são os desafios que se colocam à Câmara? Até hoje as instituições de regulação profissional, de carácter público, como as Ordens, têm-se reduzido aos aspectos de observação das regras deontológicas ou à formação dos membros. Ora atendendo à situação actual da nossa segurança social e da nossa economia, a Câmara vai iniciar um processo de preocupação com o futuro e a qualidade de vida dos nossos profissionais, que passa pela criação de um sistema complementar de segurança social, que proporcione aos seus membros o mínimo de dignidade para a recta final das suas vidas. No fundo será criado um complemento à reforma? Como é que esse sistema irá funcionar? Sim, será um complemento à reforma que cada um terá da Segurança Social normal. Para isso, a CTOC irá constituir um fundo que terá duas componentes de financiamento. Uma de natureza institucional, onde a Câmara comparticipará financeiramente na constituição e alimentação desse fundo. Outra, privada, correspondente à comparticipação que cada um dos membros fará. Quando chegar à reforma, o membro irá receber a parte da Segurança Social e um complemento a essa verba, o qual virá desse fundo. Um complemento que terá dois tipos de cálculo: a parte que cabe a cada membro da contribuição que a sua instituição dotou para esse fundo, e aquilo que o associado contribuiu para esse mesmo fundo. Como é que a CTOC vai financiar esse fundo? Vamos propor à Assembleia Geral o aumento da quota de membro de 8 euros para 10 euros. Em contrapartida, a CTOC irá financiar, no ano de 2005, o fundo de Pensões dos Técnicos Oficiais de Contas em 75 mil euros por mês, o que equivale a 10 por cento da quota paga pelos membros. Para além deste financiamento, e uma vez que vamos adquirir novas instalações, as verbas resultantes dos rendimentos gerados pelo actual edifício também passam a constituir receita financeira do fundo. Isto significa que a CTOC vai fazer um esforço maior, pois irá pagar as novas instalações, e em vez de alienar as actuais, vai mantê-las, transferindo esse rendimento para o fundo. Ou seja para este mandato, a grande preocupação é a solidariedade? A Câmara é pioneira nesse sentido, pois é importante criar condições para que os nossos membros tenham, no final das suas vidas, o mínimo de dignidade de sobrevivência. São preocupações nobres e novas, que as instituições de regulação profissional devem ter em conta. Numa outra perspectiva, a qualidade dos serviços prestados pelos membros da CTOC é um aspecto a ter em conta. Nesta matéria o que está a ser feito? Essa é uma preocupação que temos em conta. Já no ano de 2005 vamos implementar o regulamento de controlo de qualidade, verificando «in loco» se os nossos membros estão a executar a profissão dentro dos parâmetros considerados razoáveis e se tem condições técnicas e humanas para desenvolverem a profissão. Nesse sentido vão ser constituídas 25 equipas de profissionais altamente qualificados, cuja missão é procederem a visitas aos colegas, numa óptica de pedagogia e não de penalização. No ano passado a CTOC abriu em Castelo Branco uma delegação. Como é que avalia o trabalho desenvolvido? Tem sido um trabalho extraordinário. Tivemos a possibilidade de ter a colaboração contínua de um profissional da Direcção Geral de Impostos e docente do ensino superior - Paulo Seguro, que tem sido importante. Temos desenvolvido as nossas reuniões entre Castelo Branco e a Covilhã, com uma forte adesão. A nossa presença através das representações permanentes é importante e neste momento estamos a proceder à implementação de mais três delegações, pelo que brevemente iremos ter as partes mais importantes do país cobertas com delegações.