O ex-ministro das Finanças, António de Sousa Franco, tem dúvidas que Portugal seja capaz de alcançar um défice orçamental de 2,8% no próximo ano. As reservas foram suscitadas esta terça-feira numa conferência de imprensa da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, com o objectivo de analisar o Orçamento de Estado para 2004. Para Sousa Franco, presidente do Gabinete de Estudos da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, se se tiver em conta a execução orçamental dos primeiros nove meses de 2003, a previsão da receita fiscal para o próximo ano seria sinónimo de um aumento de 7,4% das receitas dos impostos. Um cenário optimista quando «o mais provável é que 2004 seja um ano de estagnação com alguns sinais de retoma que, só ao microscópio se podem enxergar», sublinhou o antigo ministro socialista. No que se refere à previsão de um crescimento de 1% para a economia nacional em 2004, Sousa Franco considera que apesar de optimista é um cenário possível. O antigo ministro das Finanças de António Guterres frisou ainda que o disposto no orçamento em termos de IRS vai implicar um aumento da carga fiscal para a grande maioria das famílias portuguesas.