«Foram anunciadas para o mês de fevereiro as grandes decisões do governo sobre a denominada "refundação" do Estado. Aguarda-se, por isso, com tremenda expectativa qual o "cardápio” de medidas que os responsáveis políticos vão escolher, previsivelmente para compensar o desvio na execução orçamental estimada para o primeiro trimestre de 2013. O relatório com «sugestões» encomendado ao FMI serviu mais para aquecer o debate e semear a polémica e a confusão, do que para esclarecer. Em artigos anteriores, já alertámos para os sérios riscos de eventuais cortes cegos na estrutura do Estado, seja no setor da saúde, na educação ou na justiça, porventura os socialmente mais sensíveis. Pode revelar-se devastador, pretender eliminar gorduras e cortar músculo. Ainda as medidas não foram reveladas e as notícias que são amplificadas pela comunicação social são, no mínimo, inquietantes. Estudantes afastados do sistema de ensino por não terem dinheiro para propinas, cidadãos que evitam, mesmo necessitando, recorrer a uma urgência hospitalar por manifesta indisponibilidade financeira e casos de pobreza, fome e desigualdades crescentes, minimizadas pelo inestimável papel amortecedor de muitas instituições de solidariedade social. O que acontecerá com mais restrições orçamentais? Ninguém sabe (...)»

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