Numa conferência promovida pela Ordem de Economistas, na quarta-feira, Silva Lopes confessou-se «preocupado» com a prevista redução da taxa de IRC, por parte do Governo, e com a anunciada descida do IRS. Segundo o ex-governador do Banco de Portugal, não é possível baixar o défice público e cortar impostos ao mesmo tempo, pelo que vai ser obrigatório efectuar cortes nas despesas sociais.
Neste âmbito, Silva Lopes, que também foi ministro das Finanças, considerou que o Governo está a preparar a campanha eleitoral de 2006, tendo alertado que virão «dificuldades tremendas». Depois de afirmar que a redução do IRC é para meter dinheiro nas mãos dos accionistas», Silva Lopes sugeriu em alternativa a descida da taxa social única. Sobre a redução do IRS, aquele responsável limitou-se a considerar que «é para beneficiar um número muito pequeno de contribuintes».