Ordem nos media
Harmonização financeira calendarizada para 2005
10 Fevereiro 2004
«O que interessa é uma leitura global da realidade contabilística», afirmou Jaime Soares dos Santos, Secretário da Direcção da CTOC, no Funchal
A harmonização contabilística e financeira nacional face à União Europeia e aos Estados Unidos deverá estar concluída até 2005, um prazo imposto pela própria evolução de uma economia globalizada, sob pena de Portugal «perder o comboio». O alerta foi deixado ontem pelo secretário da direcção da CTOC (Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas) durante uma acção de formação dirigida a profissionais do sector que decorreu no Madeira Tecnopólo, onde foram analisadas e debatidas as alterações ao Orçamento de Estado para 2004 e as suas implicações ao nível contabilístico. Jaime Soares dos Santos salientou que «aquilo que interessa é uma leitura global da realidade contabilística». Ou seja, é imperativa a harmonização em termos de estrutura conceptual do IASB («International Accounting Standards Board») para que haja regras concretas e uniformes por forma a obter resultados fiáveis e comparáveis de demonstrações financeiras quer estejamos em Portugal, no Funchal, na União Europeia ou nos Estados Unidos. Daí a necessária transposição daquelas regras, emanadas por institutos internacionais e baseados em entendimentos entre a U. E. e os Estados Unidos, para a ordem jurídica interna portuguesa, explicou. Um dos exemplos clássicos que Jaime Soares dos Santos citou foi o caso de uma grande empresa que em Portugal apresentava resultados positivos enquanto nos Estados Unidos o saldo era francamente negativo. Assim defende que «só através da harmonização e da normalização será possível que as demonstrações financeiras sejam entendidas do mesmo modo do ponto de vista global». Jaime Soares dos Santos admitiu, ainda, que a harmonização contabilística e financeira poderá ter implicações positivas ou negativas na classificação das empresas portuguesas ao nível do «ranking» mundial. Com a normalização «será possível a qualquer momento e em qualquer lugar comparar demonstrações financeiras através de critérios e pressupostos contabilísticos iguais». Apesar de Portugal estar a dar os primeiros passos no processo de uniformização, a CTOC pretende «aplicar estes conceitos e todas as regras definidas pelos institutos internacionais» já no próximo ano. A Câmara acredita que os Técnicos Oficiais de Contas (TOC) portugueses estão preparados para enfrentar este desafio uma vez que a aposta em acções de formação é regular e contínua. Durante a acção de formação foi analisado, também, o encerramento das contas das empresas referentes a 2003.