«Estamos a poucos dias da apresentação do Orçamento do Estado 2014. Tudo a leva a crer que o reforço da receita da austeridade, e por consequência potenciador de recessão, será a marca de água deste documento. Vítor Gaspar já pertence à história dos ministros das Finanças que passaram pelo edifício da Praça do Comércio, mas o seu legado continua bem vivo. O ano passado, precisamente por esta altura, escrevi neste mesmo jornal um artigo a que dei o título de «A linha da dignidade». Em termos genéricos, alertava que era necessário cumprir o memorando de entendimento com a "troika”, mas o esforço de consolidação orçamental teria de ser feito pelo lado da receita e da despesa, equilibradamente e sem a tentação de recorrer a cortes cegos, tendo como alvo preferencial a despesa social. O que este governo tem feito desde que assumiu funções é precisamente o contrário (...)»