O presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, Domingues de Azevedo, considera que a profissão "encontrou um novo rumo, ao qual as pessoas se têm que adaptar. Algo que demora tempo e que envolve a alteração de mentalidades. Nós, em 10 anos, conseguimos consolidar a profissão e o acesso à mesma. Hoje a relação que existe entre a contabilidade e a fiscalidade atribui aos Técnicos Oficiais de Contas uma dimensão que não se verifica noutros países. Na Bélgica, por exemplo, há os chamados contabilistas e os consultores fiscais das empresas".
A exigência e o rigor atribuído à profissão, leva a que os profissionais do sector estejam em formação permanente, até porque o leque de responsabilidade atribuídos aos TOC é muito maior. "Temos que dar resposta a uma série de factos. Por isso, temos que estar actualizados. Há uma necessidade permanente nesse sentido, pois os conceitos da fiscalidade são mais voláteis e os efeitos do nosso erro podem ser grandes". Domingues de Azevedo considera que deste modo "a profissão tem uma consolidação estrutural".
O ensino da contabilidade no ensino superior deve ter em conta, no entender de Domingos de Azevedo, o mercado de trabalho. "É importante perceber-se que tipo de profissional a sociedade necessita. E a sociedade empresarial necessita de profissionais que tenham um conhecimento de várias áreas como direito laboral de trabalho, gestão, ou custos de investimento. 97,7 por cento do tecido empresarial necessitam destes profissionais".
O presidente da CTOC diz que, ao abrigo do processo de Bolonha, a Ctoc sempre defendeu a formação de profissionais "adequada à nossa realidade empresarial". Domingos de Azevedo diz que as "instituições de ensino superior compreenderam essa filosofia e não houve um único curso que não tivesse sofrido alterações. Quando em 2005 lançámos esta ideia, verificámos uma grande receptividade. Isto porque as instituições perceberam a necessidade de adequar as suas formas de ensinar à nossa realidade. O resultado de não o fazerem é a frustração dos diplomados não terem um local para implementar os seus conhecimentos".
Domingos de Azevedo considera que "a parceria que tem sido feita com as instituições de ensino superior tem sido positiva. A CTOC tem um espírito e raciocínio esclarecido daquilo que devem ser os profissionais e os objectivos a atingir".