Os sindicatos dos impostos estão divididos quanto às alterações que o Governo pretende introduzir à Lei Orgânica da Direcção Geral de Impostos (DGCI) que prevê a integração das tesourarias nos serviços de finanças. A DGCI tem vindo a empreender uma nova ronda de consultas com as estruturas sindicais, sem que tenha havido unanimidade por parte dos representantes dos trabalhadores dos impostos.
Os sindicatos afectos à CGTP e à UGT estão contra esta integração, ao passo que o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), que representa cerca de dois terços dos funcionários do fisco, aceita a proposta da DGCI mediante algumas condições que se prendem com a transferência de responsabilidades e o acerto das carreiras dos tesoureiros.
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP, afecto à UGT), argumenta que a integração das tesourarias nos serviços de finanças põe em causa o princípio da segregação de funções previsto na Lei de Enquadramento Orçamental. Para esta estrutura sindical, esta segregação «impede a concentração, no mesmo serviço de finanças, sob a égide da mesma hierarquia, das funções de liquidação e cobrança», pelo que «quem liquida não cobra e vice-versa».
Já o STI alinha pela argumentação da DGCI, que considera que este projecto permitirá uma racionalização dos meios humanos e materiais, redundando no aumento da melhoria da qualidade da prestação do serviço aos contribuintes. Considera, no entanto, necessário que as responsabilidades que eram dos tesoureiros sejam transferidas para os chefes de finanças. Comum aos sindicatos é a reivindicação de que os tesoureiros deixem de ter um tratamento desigual ao nível das carreiras profissionais e passem a ter direito às carreiras do Grupo da Administração Tributária.