Em tempos não muito remotos, quem tinha acesso à informação, era de algum modo privilegiado em relação aos restantes. A facilidade de a obter, era directamente proporcional à distância que os cidadãos tinham dos centros de decisão.
A Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC) cedo se apercebeu desta realidade e tal facto levou a que se concebesse um conjunto de ferramentas ordenadas pelas temáticas inerentes ao exercício da profissão e a sua divulgação periódica a todos os profissionais, procurando por essa via, não só possibilitar aos TOC uma importante ferramenta auxiliar para a sua profissão, mas também encurtar as distâncias entre o lugar que cada um escolheu para viver e trabalhar e os centros de decisão.
Não obstante aquela preocupação, sempre defendemos valores de unidade nacional e, consequentemente, os colegas que vivem e trabalham nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores sempre mereceram da nossa parte uma atenção e carinho especiais.
Foi, nesse âmbito que a primeira representação permanente instituída pela CTOC contemplou a Região Autónoma da Madeira, cidade do Funchal, onde ainda hoje se encontra.
A exemplo do que acontece nos diversos distritos do continente, também nas Regiões Autónomas realizamos duas vezes por mês reuniões livres, nas quais os profissionais podem colocar as suas dúvidas sobre questões inerentes ao exercício da actividade, tendo ao seu dispor, gratuitamente, os melhores técnicos existentes nessas localidades.
O início da presente colaboração com o Diário de Notícias da Madeira, meio de comunicação fortemente implantado na região, constituirá, assim o espero, uma excelente oportunidade de divulgarmos, não só à comunidade de TOC aí residente, mas também a todos os Madeirenses em geral, os valores da nossa profissão, a visão que temos para a solução dos problemas inerentes à fiscalidade e contabilidade e a nossa interpretação sobre a forma mais segura de dar cumprimento às obrigações legais conexas com aquelas temáticas.
Na verdade, os temas da fiscalidade têm as componentes necessárias para, não só no Continente, mas também nas Regiões Autónomas, ganharem uma actualidade que a nossa história tardou em lhe reconhecer.
O desaparecimento de outras fontes de receita pública por efeito das privatizações e sendo a capacidade de endividamento limitada e um processo que gera obrigações futuras, fez com que a fiscalidade se tornasse, por excelência, na fonte de receita quase que exclusiva do sector público. Daí um previsível crescimento da importância dos impostos e a eles associado da própria contabilidade como meio privilegiado de aferição da capacidade contributiva de cidadãos e empresas.
Tudo isto se desenvolverá, conforme não pode deixar de ser, dentro de parâmetros de legalidade, pelo que àquele crescimento é perfeitamente natural que assistamos à evolução das normas de tributação e a elas associado um mais elevado grau de rigor na execução das contabilidades. O que conduzirá a uma maior complexidade no exercício da profissão dos Técnicos Oficiais de Contas.
O que tendo em consideração o universo abrangido e a complexidade das situações, exigirá dos profissionais, não só uma melhor preparação, mas também um sistema de formação contínua, no sentido de todos estarmos à altura de responder aos desafios que o futuro nos coloca.
Pela nossa parte, atentas as responsabilidades que nos cabem na condução dos destinos da profissão, tudo faremos para auxiliar os profissionais a vencerem o desafio da modernidade e da competência.
Para a obtenção desse objectivo a colaboração com os meios de comunicação social revela-se de uma importância capital, não só para a transmissão das diversas mensagens e interpretações, mas sobretudo, porque através deles diminuiremos as distâncias físicas que nos separam, constituindo-nos como um grande corpo, uma grande profissão, tornando inexpressivo o custo da insularidade.