A reunião magna da CTOC deu luz verde ao Plano de Actividades e Orçamento para 2008
O Plano de Actividades e Orçamento para 2008 foi aprovado por clara maioria na Assembleia Geral realizada na tarde de sábado, 15 de Dezembro, no Centro de Congressos de Lisboa. Dos 252 votos totais, incluindo votos presenciais e por representação, 181 foram a favor e apenas 66 contra a proposta da Direcção, tendo-se registado cinco abstenções.
Na reunião magna, que congregou cerca de 150 profissionais no auditório VII do Centro de Congressos da capital, após a abertura dos trabalhos por parte do presidente da Mesa da Assembleia Geral, Manuel dos Santos, usou da palavra Domingues de Azevedo. O presidente da Direcção da CTOC começou por esclarecer as dúvidas suscitadas pelo «timing» escolhido para a realização da Assembleia Geral, apenas uns dias após o acto eleitoral: «Tem sido sempre prática da CTOC dar cumprimento às normas estatutárias e no quarto trimestre do ano a AG reúne-se para analisar o documento relativo às actividades e Orçamento previstos para o ano seguinte», disse. Domingues de Azevedo elencou depois outros pontos de destaque do Plano de 2008, nomeadamente a canalização de 1 milhão de euros, em excedentes, para o Fundo de Pensões e o elevar da verba do Fundo de Solidariedade Profissional de 100 mil euros para 250 mil euros, dando sequência à preocupação social que tem orientado a gestão da Direcção da Câmara.
Web TV e ensino à distância, apostas para 2008
Sobre o projecto "Casa do TOC", o responsável máximo da instituição informou os presentes que foi abandonada a hipótese de um palacete antigo em Palmela, por se tratar de uma localização demasiado afastada de Lisboa. «A casa do TOC deve servir o maior número de profissionais», argumentou.
No âmbito da formação, o projecto Web TV, será um mecanismo que permitirá fazer chegar a todos os membros eventos de interesse, alargando os conhecimentos temáticos dos profissionais; o ensino à distância, cuja experiência piloto decorre com 90 membros, será outra das apostas para 2008. «Trata-se de um processo novo e que revoluciona os métodos tradicionais de formação. Estamos cientes do enorme esforço que implica para muitos TOC sair da formação a horas tardias e, com isto, pretendemos propiciar uma maior comodidade na obtenção de conhecimentos. Ministrar formação a 20 mil profissionais, em Contabilidade, IRC e IVA, só para dar alguns exemplos, é o nosso propósito para um projecto em que depositamos o máximo empenho e ambição».
Domingues Azevedo defendeu que a Câmara vai continuar a pugnar por ter no seu seio «profissionais com hábitos de estudo e capazes de fundamentar ideias». O presidente da CTOC deixou à Assembleia uma questão sobre a qual acha pertinente que se faça um debate muito em breve: «justifica-se sujeitar um membro com doutoramento em Contabilidade a formação de nível de conhecimento inferior?»
Contestando os argumentos que a CTOC pretende ter o «monopólio da formação por causa dos créditos», o presidente da Instituição anunciou, em primeira mão, que em 15/12 a Direcção da Câmara aprovou seis entidades para ministrarem formação, para efeito de reconhecimento de créditos. «Neste momento, temos 2 806 TOC em formação em todo o País. Trata-se de uma operação que envolve uma logística enorme. Procuraremos eliminar alguns lapsos que se têm verificado e que não se podem repetir», disse. Coincidir formações em Maio com o mês de maior trabalho para os TOC, é algo que a Direcção prometeu rever.
Espírito e alma profissional
Relativamente ao seguro de saúde, a Direcção da CTOC requereu à empresa intermediária para que forneça a estatística relativa à utilização do seguro em 2007 e disso «dependerá os termos da renegociação das condições» do mesmo.
Depois de Esposende, o Encontro Nacional dos TOC realizar-se-á, desta feita, na zona centro, em local a anunciar. «Descentralizar e criar um espírito e uma alma profissional», são os objectivos traçados pelo presidente da CTOC.
Após o director-tesoureiro, Mario Azevedo, ter definido e defendido as linhas genéricas do documento e a argumentação que o sustenta, interveio o presidente do Conselho Fiscal da CTOC, Cunha Guimarães, que elogiou globalmente o Plano de Actividades e Orçamento, considerando louvável que os excedentes de tesouraria sejam investidos na componente social e no reforço das representações permanentes da instituição, que praticamente já cobrem todo o País.
Sobre o tema da Ordem, Domingues de Azevedo mostrou-se convicto que a OTOC será uma realidade. «Vamos ter reuniões com o Governo sobre essa matéria e quando tivermos certezas, o projecto será apresentado a nível nacional. Penso que devemos também aproveitar esse momento para introduzir algumas alterações de fundo nos estatutos da Câmara».
Fazer valer a voz da CTOC nos fóruns internacionais para combater os desafios que se deparam à profissão, foi outra das promessas deixadas pelo presidente da CTOC: «As multinacionais da auditoria são uma grande ameaça para as empresas de Contabilidade. Há o perigo de, se nada for feito, os TOC se tornarem "criados" dessas poderosas multinacionais». Interpelado por um dos presentes sobre a ameaça à profissão das directrizes europeias sobre a Contabilidade, Domingues de Azevedo anunciou que obteve a informação junto do Ministério da Justiça que a directriz que dispensa as micro-empresas de apresentarem contabilidade, não vai avançar.
Os trabalhos da AG decorreram a bom ritmo, tendo alguns membros colocado algumas dúvidas, que foram justificadas pelos membros da Direcção. No final, o Presidente da Mesa da AG dirigiu-se aos presentes, desejando um Feliz Natal e um Ano Novo com muitas prosperidades, regozijando-se com o elevado sentido cívico com que decorreram as intervenções.
Plano de Actividades e Orçamento 2008