O Relatório e Contas 2006 foi votado favoravelmente por uma larga maioria dos presentes
Cerca de duas centenas de membros marcaram presença, em Bragança, para assistir a uma das assembleias-gerais mais participadas dos últimos tempos. O Relatório e Contas de 2006 apresentado pela Direcção da CTOC foi aprovado por uma larga maioria, registando-se 110 votos a favor e 50 contra. «Sem reservas» foi o parecer do Conselho Fiscal sobre o documento exposto pela Direcção. Na sua intervenção introdutória, Domingues de Azevedo recordou o ano de 2006 pleno de iniciativas e de marcos com a chancela da Instituição, desde o II Congresso, passando pelo VIII Prolatino, a conferência «Competitividade e Concorrência Fiscal», o ciclo de conferências, a abertura da representação de Coimbra, o êxito das acções de formação, o reforço da articulação entre a CTOC, a academia e a sociedade e a abertura aos países da CPLP, só para citar os mais relevantes.
O responsável máximo da CTOC salientou que o ano que terminou representou uma «viragem» a todos os níveis, nomeadamente em termos de mentalidade, tendo-se «alicerçado a notoriedade e a credibilidade da profissão e dos que a exercem». Um dos pontos mais altos foi a inauguração da nova sede, no centro de Lisboa. Domingues de Azevedo justificou que o aumento das verbas investidas neste empreendimento em relação ao previsto (de 2 milhões para 4 milhões de euros) se deveu à «profundidade» das obras de adaptação do espaço. «Praticamente só ficaram as paredes». O presidente da CTOC refutou as críticas de alguns profissionais, sustentando que «uma Instituição que deseje dar pronta resposta aos anseios dos membros, tem de gastar dinheiro», mas «não é por isso que a gestão deixou de estar controlada», assegurou. As instalações da Câmara na Avenida António Augusto de Aguiar foram vendidas já este ano por 300 mil euros, enquanto o edifico da antiga sede, localizado na Avenida 24 de Julho, mantém-se como património inalienável da Instituição, estando actualmente em regime de arrendamento à Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC).
À vertente das preocupações sociais, já iniciada em 2006, será dado seguimento durante todo o presente ano. «Quando a Câmara e os seus membros deixarem de ter preocupações de solidariedade profissional, é porque mal vai a profissão», alertou Domingues de Azevedo. O fundo de solidariedade social acumulou em 2006, cerca de 9 mil euros, para «minorar casos de miséria envolvendo membros ou familiares destes», enquanto o fundo de pensões totaliza actualmente 1 784 506 euros (12 mil euros provêm mensalmente do arrendamento das antiga sede), estimando-se que no final de 2007, esse valor duplique para perto de 4 milhões de euros. «Estamos certos que o fundo de pensões, a que damos a máxima prioridade, irá, a prazo, evitar situações de miséria».
Domingues de Azevedo reconheceu que, devido a um ano de 2006 cheio de eventos, algumas promessas ficaram por cumprir, nomeadamente o canal temático de TV, que ficou inviabilizado pelo facto de a Portugal Telecom ter exigido 1 milhão e 500 mil contos/ano somente para manter o canal na rede, bem como a abertura da representação permanente de Vila Real, mas o dirigente assegurou que ainda durante 2007 esse momento acontecerá, faltando apenas ultimar questões formais para a aquisição do primeiro espaço da CTOC em Trás-os-Montes. Gorada a hipótese do canal de TV, a aposta vai agora para a transmissão de emissões na Internet, reforçando a componente formativa dos membros através do e-learning.
Mas também noutros domínios se anunciam novidades: na «Pasta TOC» estuda-se a possibilidade de os membros poderem vir a ser notificados, enquanto o controlo de qualidade é uma realidade que já está no terreno, visando um apurar da exigência dos profissionais, minorando as desigualdades.
«Sabemos que o ano que passou será difícil de alcançar pelo volume de realizações, mas vamos apostar em assuntos aparentemente de menor visibilidade, mas igualmente importantes para o dia a dia dos profissionais», disse Domingues de Azevedo. A propósito do aguardado passo rumo à internacionalização, o dirigente máximo da Câmara argumentou que a não inscrição na Fédération European des Expert Contables (FEE) se deveu ao «elevado montante da quota a pagar», tendo-se optado por abandonar, de momento, esta opção.
Para rematar a sua alocução, Domingues Azevedo deixou alguns avisos à navegação: «Sinto-me de consciência perfeitamente tranquila e continuo a sonhar com profissionais melhores fruto de uma melhor formação. E é preciso não esquecer que se quisermos ser reconhecidos temos de mudar alguns comportamentos. Por exemplo, só se consegue credibilizar, elevando o debate».
A reunião magna da CTOC aprovou ainda um voto de louvor aos colaboradores da Instituição e aos seus órgãos sociais.
Documentação:
Relatório e Contas de 2006
O presidente da Mesa da Assembleia Geral usa da palavra
Bragança acolheu uma das mais participadas assembleias gerais