Os Técnicos Oficiais de Contas (TOC) têm denunciado, em média, um crime fiscal por dia ao Ministério Público e à Direcção-Geral dos Impostos. Quem o afirma é o presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, que considera que «a evasão e a fraude fiscais têm vindo a aumentar».
Domingues de Azevedo está de acordo com as medidas de combate à fraude propostas por Bagão Félix, mas tem algumas dúvidas na questão da co-responsabilização no pagamento do IVA quando existirem operações simuladas ou falsificação de preços da factura. «Não é possível exigir o pagamento do IVA a quem faz compras, quando neste momento não existe uma base de dados credível que identifique todos os contribuintes de IVA». Segundo aquele responsável muitos dos crimes denunciados pelos TOC dizem respeito a irregularidades ao nível do IVA, «existem casos em que os fornecedores dão números de contribuinte que não são os seus, ou que pertencem a sujeitos passivos verdadeiros, mas que se encontram isentos do pagamento do IVA, e em relação aos quais o adquirente não tem meios fiáveis de confirmação».
Para Domingues de Azevedo, «enquanto não existir uma base de dados de fácil acesso por todos os agentes económicos, é injusto obrigar alguém que compra mercadorias no valor de 50 mil euros, a suportar um IVA de 9500».