O Instituto Internacional de Custos (ICC), entidade de que a Ordem é membro efetivo, organiza a 22 e 23 de junho de 2017, na cidade francesa de Lyon, o seu XV Congresso, subordinado ao tema «Em direção a práticas contabilísticas de controle, de auditoria e de gestão de custos mais amigas do cidadão?». Em simultâneo, decorrerá também o 4.º Congresso Transatlântico de Contabilidade, Auditoria, Controle de Gestão e Gestão de Custos.
Conheça o calendário para a submissão de trabalhos e as condições para a submissão dos mesmos.
Chamada de trabalhos
Os trabalhos podem ser apresentados nas línguas de trabalho do Instituto Internacional de Custos, da Secção de Contabilidade de Gestão da Associação Americana de Contabilidade (AAA) e do lSEOR: francês, espanhol, português e inglês.
A crise de 2008, cujos choques continuam a perturbar ainda a economia mundial, os países desenvolvidos e emergentes, bem como escândalos financeiros e éticos que regularmente afetam o mundo empresarial de hoje ("Panama Papers", Petrobras, Lehman Brother ...) levantam questões sobre os princípios, métodos e ferramentas de contabilidade, auditoria, controle e gestão de custos. Essencialmente, as partes interessadas (stakeholders), acionistas, cidadãos, estados, líderes, empresários, exigem àqueles envolvidos em ensino e pesquisa que contribuam mais ativa e visivelmente para a prosperidade socio-económica e em direção a uma sociedade mais ética, o que poderia ser chamado de "cidadania". Por um lado, os acionistas e especialmente os líderes, pedindo mais e mais métodos de contabilidade, controle e gestão de custos para avaliar e melhorar a eficiência da sua organização e, mais recentemente, como uma novidade, métodos para valorizar os ativos intangíveis e seu desempenho ambiental. Além disso, funcionários, cidadãos e os Estados esperam que esses métodos contribuam decisivamente para melhorar o desempenho público, para prevenir mais categoricamente as dificuldades das empresas, evitando demissões, para fazer a detecção precoce de fraudes e atuar de forma mais dinâmica na criação de emprego e bem-estar laboral. Contabilidade, auditoria, controle e gestão de custos estão enfrentando, assim, uma verdadeira revolução em vistas da demanda do público e, é claro, para avaliar e gerenciar o desempenho de forma cada vez mais otimizada dos aspectos econômicos e intangíveis das organizações, contribuindo ao mesmo tempo a um maior bem-estar social. Para apresentar elementos de respostas a estas abordagens, o XV Congresso do IIC e 4º Congresso Transatlântico receberão favoravelmente trabalhos que incluam um dos seguintes tópicos:
1) A auditoria e controle como meios prevenir dificuldades na Empresa: um passo para uma nova contabilidade "forense"?
Falência ou dificuldades financeiras de gigantes que ressoaram, tais como Lehman Brothers, RIM (Blackberry), Nokia e General Motors, bem como outras sociedades anónimas, microempresas ou PME em todo o mundo, levantam a questão da capacidade da auditoria e controle de gestão para detectar previamente e melhorar indicadores financeiros, humanos e de risco competitivo e, posteriormente, para melhor analisar as causas da falência, morte de empresas e disfunções das empresas em recuperação. Tudo isso a fim de evitar a recorrência dos erros clássicos de gestão e identificar as melhores práticas passiveis de transferência a outros. Este tópico aborda os artigos que, especialmente, se dirigem às seguintes perguntas: Quais são os principais indicadores de boa e má saúde de uma empresa? Qual a metodologia de auditoria e controle que ajuda, de forma otimizada, a determinar o valor de uma empresa? Como analisar as causas das avarias que prejudicam o desempenho de uma empresa e quais os planos para aumentar a sua sobrevivência por meio de ação próativa e desenvolvimento? É possível estabelecer analogias entre a contabilidade e medicina?
2) A contabilidade, a auditoria e o controle: ferramentas de oxigenação do setor público
Tanto os países desenvolvidos como os emergentes (por exemplo, os BRICS) tem criado ao longo do tempo uma administração pública de diferentes níveis, segundo as opções politicas eleitas, separadas em três esferas. Um administração pública de Estado que administra as funções soberanas nos setores de justiça, polícia, educação, etc. Uma administração pública territorial que administra as comunidades locais, prefeituras, metrópoles, regiões. Uma administração pública de saúde a cargo dos hospitais. Em todo o mundo, grosso modo, os recursos para administrar os serviços públicos estão diminuindo enquanto as necessidades dos cidadãos para esses serviços estão aumentando. Este paradoxo levanta questões sobre as capacidades da contabilidade, da auditoria e do controle para contribuir com a oxigenação dos serviços públicos, ao invés de afoga-los, apesar de recursos económicos cada vez menores. Como responder a este paradoxo?
Assim, este tema dirige-se especialmente aos trabalhos que abordem as seguintes questões: pode-se transferir à gestão privada a administração pública? Quais são as convergências e características especificas entre os desempenhos privados e os públicos? Como melhorar a eficiência dos serviços públicos sem deteriorar sua qualidade, sem atrofiá-los nem aumentar a fiscalidade, o que seria insustentável para os funcionários públicos e cidadãos-usuários? A auditoria e o controle público podem converter-se em fonte de inovação em gestão nos serviços públicos estatais, nas administrações locais e nos hospitais?
3) A gestão estratégica de custos, uma alternativa para voltar à prosperidade
As organizações, sejam pequenas ou grandes, buscam sistematicamente reduzir seus custos para sair das crises e voltar a encontrar o caminho da prosperidade. As ferramentas e métodos contemporâneos de gestão de custos são adaptados para consegui-lo? Constitui a gestão de custos um fator de desempenho sustentável? Existe uma maneira de administrar estrategicamente os custos, ou seja, controlar os gastos hoje sem prejudicar os investimentos de amanhã? As respostas a estas perguntas são capitais na hora de associar quase sistematicamente a gestão de custos à obtenção de desempenhos de curto prazo e, por conseguinte, às reestruturações e demissões que a acompanham, enquanto que provavelmente, há uma maneira estratégica mais socio-económica de administrar os custos.
Assim, este tema se dirige especialmente aos trabalhos que adotem novos enfoques das seguintes questões: a gestão estratégica de custos, a aplicação de modelos quantitativos na gestão de custos, os custos da qualidade, a gestão de custos e tecnologias de informação, a gestão de custos logísticos nas cadeias produtivas, a gestão de custos em empresas agrícolas e agro-alimentares, a gestão de custos nas empresas de comércio e serviços, a gestão de custos nas empresas do setor terciário, a gestão de custos para as micro, pequenas e médias empresas, a gestão do conhecimento e do capital intelectual.
4) A contabilidade ambiental e o setor energético
Cada país conserva seu próprio sistema contabilístico que se estabelece em um entorno de múltiplas facetas de ordem política, jurídica, social, económica e cultural. Sem dúvida, os diferentes sistemas contabilístico (contabilidade geral ou contabilidade financeira) nacionais, com suas próprias características, podem se incorporar, de maneira geral, a dois grandes modelos contabilístico: o modelo anglo-saxónico e o modelo germano-latino (ou continental). A diversidade dos sistemas contabilísticos nacionais não facilita o desenvolvimento internacional das grandes empresas nem o investimento direto estrangeiro, fator que explica a busca de harmonização contabilística internacional. O IASB elaborou, por conseguinte, um marco contabilístico internacional, IAS-IFRS, que se aplica às empresa privadas. Assim, com este propósito, a União Europeia adotou como marco normativo, desde o ano de 2005, as IAS-IFRS; estas são obrigatórias para as sociedades cotadas em bolsa que tem de apresentar suas contas consolidadas cumprindo as normas contabilísticas internacionais.
Sem dúvida, no decorrer dos últimos anos tem surgido uma preocupação referente aos diferentes sistemas contabilísticos: a de uma melhor integração ao meio ambiente, especialmente em muitos dos países envolvidos, e mais apropriados às empresas do setor de energia. Neste contexto, o tema está precisamente destinado aos trabalhos que abordem os seguintes temas: quais são as novas tendências em contabilidade ambiental? Quais são as peculiaridades da contabilidade de empresas do setor de energia? Como se pode integrar a contabilidade dos investimentos de uma empresa em sua qualidade ambiental? A contabilidade pode transcrever a deterioração que uma empresa causa ao meio-ambiente?
5) A gestão cooperativa de custo e as normas: mito ou realidade?
O grande número de escândalos financeiros ocorridos (Enron – Arthur Andersen, Parmalat...) propiciou uma ampliação do alcance das leis de segurança (Lei Sarbane-Oxley nos Estados Unidos, lei de segurança financeira na França...) para os países desenvolvidos e também para os emergentes (por exemplo, Tunísia com a lei de segurança financeira de 18 de outubro de 2005, América Latina...).
A necessidade de recobrar a confiança dos mercados financeiros conduziu, em particular, à maior difusão das normas internacionais de auditoria (ISA) elaboradas pelo IFAC. É o caso da aplicação generalizada das ISA nos marcos da transposição da oitava diretriz europeia. Sem dúvida, este contexto legal não evitou as falhas importantes dos sistemas de auditoria e de controle, como ilustram os famosos casos de Bernard Madoff Investment, Société Générale ou Olimpus. Neste contexto de necessidade cada vez maior de segurança financeira, a questão de uma gestão mais cooperativa dos custos e das normas nas empresas, entre subsidiárias e matrizes e entre as empresas e as organizações merece ser pensada.
Por conseguinte, os temas tratados pelos artigos que abordem esse ponto serão os seguintes: a gestão de custos, como fonte de vantagens competitivas, deve se proteger ou se compartilhar? Como organizar uma gestão cooperativa de custos nas empresas e entre empresas? É possível uma gestão cooperativa das normas na empresa e entre empresas? Podem se elaborar e disseminar boas práticas genéricas e transnacionais com o fim de administrar melhor os custos e as normas?
6) O ensino e a investigação em contabilidade de gestão, auditoria e controle. Quais são hoje os métodos contemporâneos e inovadores?
Os novos desafios que enfrentam a contabilidade, a auditoria, o controle e a gestão de custos para dar um passo em direção a uma cidadania mais plena e integrar desempenhos sustentáveis colocam inúmeras interrogações, tanto sobre as metodologias de pesquisa que mobilizam o campo, como sobre o ensino. As questões abordadas neste tema serão, por exemplo: qual é a epistemologia na qual se baseiam as ciências da contabilidade e do controle? A contabilidade, o controle e a gestão são ciências ou artes? Como transformar os conhecimentos práticos contingentes gerados por técnicas contabilísticas e de gestão em conhecimento cientifico genérico? Quais são os novos marcos teóricos pertinentes à contabilidade, controle e gestão de custos? O ensino em contabilidade e controle de gestão pode se realizar fora da empresa de maneira teórica? As novas tecnologias de informação e as redes sociais (internet, MOOC, Twitter, Facebook...) podem ajudar a transferir conhecimento em contabilidade, controle e gestão de custos? A formação inicial em contabilidade e controle tem que ser a mesma prevista para formação continuada de estudantes adultos? Quais são as convergências e características especificas entre a formação inicial e formação continuada em contabilidade, controle, auditoria e gestão de custos? Os doutorados em contabilidade e administração representam caminhos do futuro?
7) História da contabilidade: quais são as lições que ela fornece para sair da crise?
Este tema é destinado a artigos centrados na história da contabilidade, da auditoria, do controle e da gestão de custos, posto que a compreensão do passado ajuda a melhor entender o presente e a preparar o futuro. Os artigos sobre a história da contabilidade de determinadas empresas, regiões ou setores específicos e inclusive de Estados serão muito apreciados. Serão igualmente apreciados os artigos que analisem as características específicas da pesquisa sobre história da contabilidade e as causas de sua evolução ao longo do tempo. Ademais, serão igualmente privilegiadas as análises sobre a história das relações entre, de uma parte, os contabilistas e administradores, e por outra, os economistas e decisores políticos, para melhor entender seu funcionamento.
Tipos de contribuições
Avanços de teses doutorais em Contabilidade e Administração
Oficinas "Jovens Investigadores” dirigidas aos doutorandos que estão preparando uma tese em contabilidade, controle de gestão, gestão de custos ou auditoria. O XV Congresso do IIC/4.º Congresso Transatlântico proporciona-lhes a ocasião de apresentar seu trabalho de investigação e de debater, especialmente das opções metodológicas e a validação empírica. Em cada oficina o doutorando disporá de 45 minutos: 15 minutos no máximo para a apresentação de seu trabalho de investigação, entre 10 e 15 minutos para o comentário de seu orientador de tese e para intercâmbios de opiniões com o auditório.
Artigos de investigação
A chamada de trabalhos está aberta a todos professores, pesquisadores e profissionais que tenham realizado uma investigação sobre os temas propostos e, mais amplamente, nos âmbitos de controle e gestão de custos. Cada trabalho poderá ser realizado no máximo por 4 coautores. Um mesmo autor ou coautor poderia apresentar e trabalhos, no máximo, como autor ou coautor.
Calendário
30 de novembro de 2016 - Início da candidatura de artigos
31 de Janeiro de 2017 - Data limite para recepção de artigos
20 de março de 2017 - Notificação aos autores
10 de maio de 2017 - Data limite para a receção da versão final dos artigos
Comité de organização internacional:
Prof. Carlos Diehl
Prof. Daniel Sánchez Toledano
Prof. Ricardo Laporta Pomi
Prof. Miguel Bacic
Prof. Daniel Carrasco Díaz
Prof. Enrique Cartier
Prof. João Carvalho
Prof. Gregorio Coronel Troncoso
Prof. Daniel Farré
Prof. Jhon Jairo Pino
Prof. Alfredo Kaplan
Prof. Antonio Lavolpe
Prof. Javier Quesada
Prof. Ricardo Uribe Marín
Comité de organização local:
Henri Savall, Véronique Zardet, Laurent Cappelletti, Marc Bonnet, Murray Lindsay
Contacto:
ISEOR, 15 Chemin du Petit Bois, 69134 Écully, Francia
Telefone: 33 (0)4 78 33 09 66 – Fax: 33 (0) 4 78 33 16 61
E-mail: congresiiclyon2017@iseor.com